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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Espetáculo Online do Grupo Negraô

 O Grupo Negraô estreou neste fim de semana, 24 de janeiro, o espetáculo Makuenda Makuisa: Memórias de um corpo negro em formato de vídeo em seu canal do YouTube.

O espetáculo faz uma retrospectiva de coreografias do repertório de espetáculos realizados pela companhia ao longo de seus 29 anos de existência, estando ali elementos tradicionais, religiosos, releituras folclóricas de manifestações da cultura afro-brasileira e criações contemporâneas. É um trabalho que busca vasculhar as memórias, reencontrar nos corpos o gestual, as posturas, os modos de cantar e o imaginário dos filhos da diáspora africana. Dentro da cosmogonia negra, repleta de símbolos e significados, o Negraô propõe ressaltar a cultura afro-capixaba.

O projeto foi contemplado no edital 005/2020 de Seleção de Propostas de Apresentação e Formação Artístico-Cultural - Lei Aldir Blanc da Prefeitura Municipal de Vitória e tem direção artística de Elídio Netto, montagem original e Gil Mendes, iluminação de Léa Rodrigues, figurino de Wellington Fernandes, percussão de Luiz Paulo Lima, Yan Araújo e Maicon Leite. No elenco Andressa Santos, Danilo dos Anjos, Izabella Azevedo, Lory Nascimento, Vivian da Cunha, Jordan Fernandes, Julia Fachetti, Guilherme Pimenta e Roberto Bonfim.

Assista a Makuenda Makuisa: Memórias de um corpo negro pelo link:
https://www.youtube.com/watch?v=HmnosYzpUsU

Grupo Negraô em cena. Foto: Ingrid Rocha.


SERVIÇO
Makuenda Makuisa: Memórias de um corpo negro / Espetáculo online do Grupo Negraô

Disponível no canal do YouTube do grupo pelo link
https://www.youtube.com/watch?v=HmnosYzpUsU
Gratuito

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

A Sagração da Primavera

 A Cia Ehioze realiza curta temporada do espetáculo A Sagração da Primavera neste fim de semana no Centro Cultural Frei Civitella em Cariacica. Além das apresentações, serão oferecidas oficinas de Dança Afro com Jordan Fernandes e Performance em Tempos de Ruína de criação e performance com Mattheus Schirffimaan. A ação tem patrocínio da Prefeitura Municipal de Cariacica pela Lei de Incentivo à Cultura João Bananeira.

De 15 a 17 de janeiro o espaço receberá as ações, que serão gratuitas, e o público interessado deve reservar suas entradas antecipadamente pela plataforma Sympla, pois o Centro Cultural está funcionando com capacidade abaixo da lotação para garantir o distanciamento social e reduzir a contaminação do coronavírus. Além disso será obrigatório o uso de máscaras respiratórias durante a permanência no teatro.

Em A Sagração da Primavera a Cia apresenta uma versão própria e atualizada da centenária obra homônima do compositor Igor Stravinsky, que estreou com coreografia de Nijinsky e foi revisitada ao longo do século por diversas companhias e coreógrafos. Neste fim de semana o público poderá conferir a versão do coreógrafo Gil Mendes com iluminação de Elídio Neto. O espetáculo conta no elenco com os bailarinos Jordan Fernandes, Thais Vieira, Fernando Queiroz, Thaynara Egídio, Lory Nascimento e Cassia Gonçalves e tem produção de Mattheus Schirffimaan.

Cia. Ehioze se apresenta neste fim de semana. Foto: Marcelo Braga


SERVIÇO
A Sagração da Primavera - com Cia Ehioze

Dia 15 de janeiro às 19h30
Dias 16 e 17 de janeiro, às 19h

Oficina de Dança Afro - com Jordan Fernandes
Dia 16 de janeiro, de 8h às 13h

Oficina Performance em Tempos de Ruína
Dia 17 de janeiro, de 9h às 14h

No Centro Cultural Frei Civitella (Av. Expedito Garcia, 218, Campo Grande, Cariacica, ES)
GRATUITO

Reserva de ingressos pelo link: https://www.sympla.com.br/asagracaodaprimavera

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Inabitáveis circula por festivais

 O filme Inabitáveis do realizador Anderson Bardot tem circulado por diversos festivais e ainda é possível assisti-lo online. A produção que foi desenvolvida toda no ES e conta com diversos bailarinos em cena, com destaque para Mauro Marques e Lucciano Coelho, além da participação de Gil Mendes, coreógrafo do espetáculo homônimo ao filme.

Com 25 minutos de duração a história apresenta uma companhia de dança prestes a estrear um novo trabalho que tem como tema a homo afetividade negra. Paralelo aos ensaios, o Coreógrafo, interpretado por Markus Konká, desenvolve uma amizade com Pedro, com interpretação de Castiel Vitorino, um jovem menino negro que não se identifica como menino.

Inabitáveis já foi selecionado para 20 festivais, dentre eles o 49º Internacional Film Festival Rotterdan e a 23ª Mostra de Tiradentes.

Veja o trailer e acompanhe a agenda para assistir on-line:



SERVIÇO
Inabitáveis (Ficção, 25 min, 2019). Direção: Anderson Bardot

Próximas exibições online:

5º DIGO - Festival Internacional da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás |  5 e 20 de novembro de 2020

28º Mix Brasil | 11 e 22 de novembro 2020

27º Festival de Cinema de Vitória | 25 de novembro 2020

Primeiro Plano 2020 – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades - 26 de Novembro 2020

9º Curta Brasilia | 12 a 21 de dezembro 2020 

International Queer & Migrant Film Festival 2020  (Holanda - Amsterdam)  - 3-6 de Dezembro de 2020 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Inabitáveis: a paixão entre dois homens negros, do palco para as telas de cinema

Acontece no dia 8 de dezembro uma sessão especial do espetáculo Inabitáveis da In Pares Cia de Dança no Teatro Carlos Gomes. Na ocasião serão gravadas imagens para a realização do curta-metragem homônimo dirigido pelo cineasta Anderson Bardot.

A sessão terá início às 17 horas e a entrada será gratuita. Todos os espectadores devem estar cientes de que serão figurantes do filme e deverão liberar o uso de sua imagem. Após a abertura dos portões do teatro e com a recepção e a acomodação da plateia, será realizado no palco  a filmagem de uma cena de dança com interação de plateia que integrará o filme. Após as filmagens, haverá a apresentação na íntegra do espetáculo para o público.

Inabitáveis tem direção e coreografia de Gil Mendes e aborda o relacionamento fugaz entre dois homens negros em um ambiente urbano e conservador. Dividido em sete atos, os bailarinos Mauro Marques e Lucciano Coelho apresentam a relação intima vivida pelos personagens.

O curta-metragem escrito e dirigido por Anderson Bardot, contará pela ficção a história de uma companhia de dança, em processo de construção de um espetáculo que tem o nome homônimo ao real espetáculo da cia In Pares, Inabitáveis. Os bailarinos Mauro Marques e Lucciano Coelho se auto interpretarão e a história terá como fio condutor a saga do jovem Pedro, interpretado por Castiel Vitorino, que se entrelaçará a saga do coreógrafo, personagem interpretado por Markus Konká.

Em seu roteiro, essa produção aborda temas como a homossexualidade, a transsexualidade e a escravidão do corpo negro no Espírito Santo por meio da dança, da manipulação de textos históricos e do mapeamento de locações da Grande Vitória como cenários para o filme. Em formato curta-metragem de até 25 minutos, o filme busca construir um imaginário de resistência e liberdade.

Inabitáveis da InPares Cia de Dança. Foto: Luara Monteiro.

SERVIÇO
Inabitáveis da InPares Cia de Dança
(Sessão especial para gravação do filme de Anderson Bardot)

Dia 08 de dezembro de 2018 (sábado)
Às 17 horas
No Teatro Carlos Gomes (Praça Costa Pereira, s/nº, Centro, Vitória, ES)
Entrada gratuita

IMPORTANTE: durante o espetáculo serão captadas imagens para o filme “Inabitáveis”, de Anderson Bardot, por isso o titular do ingresso declara expressamente aceitar que sua imagem e áudio possam ser captados e gravados durante a realização da apresentação e cede de modo gratuito e definitivo, todos os direitos de imagem e áudio para a produção da obra audiovisual citada.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

InPares estreia OCO

A Cia de Dança InPares estreia neste fim de semana sua mais nova produção, OCO, com assinatura coletiva de Gil Mendes, Mauro Marques e Paulo Sena. O espetáculo é o quinto trabalho da Cia que existe desde 2004 e ocupará durante 6 dias a Casa Porto das Artes Plásticas, com apresentações gratuitas em diferentes horários.

OCO convida o público a passear pela construção do prédio histórico da Casa Porto, performando em diferentes ambientes as cenas do espetáculo, se aproveitando da arquitetura do prédio como elemento primordial na dramaturgia. A proposta da Cia foi de mergulhar nas questões humanas que fazem com que sejamos algozes de nós mesmos, abordando a culpa, os medos, a castração religiosa, social e emocional como motor da pesquisa gestual e coreográfica.

Além da direção coletiva, o espetáculo conta em seu elenco com os bailarinos Cynthia Severo, Dielson Santos, Gil Mendes, Lucciano Coelho, Mauro Marques, Patricia Bittencourt, Poti Ara Bolzan e Ricardo Reis, tem iluminação de André Stefson e música de Wanderson Lopes

OCO estreia na Casa Porto em Vitória. Foto: Paulo Senna.
SERVIÇO
Espetáculo OCO - Temporada de estréia, com Cia InPares

De 14 à 21 de julho de 2018

Dia 14 de julho (sábado) às 19 horas
Dia 15 de julho (domingo) às 18 horas
Dia 19 de julho (quinta) às 12 horas
Dia 20 de julho (sexta) às 12 horas
Dia 21 de julho (sábado) às 12 horas e às 19 horas
Dia 22 de julho (domingo) às 18 horas

Na Casa Porto das Artes Plásticas (Praça Américo Poli Monjardim, 66, Centro, Vitória, ES)
Entrada gratuita: os ingressos devem ser retirados uma hora antes de cada sessão
Sujeito à lotação: 30 lugares

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Homem Cia de Dança no Cena Local

No dia 23 de junho a Homem Cia de Dança participa do projeto Cena Local, do Centro Cultural Sesc Glória com seu mais recente espetáculo, 7, que tem coreografia do baiano Jorge Silva.

A partir de sua perspectiva pessoa da história da chegada dos negros ao Brasil,  o coreógrafo leva para o palco cenas que dialogam com a herança cultural africana e europeia. O número sete, que serviu de inspiração para pesquisa inicial, conduziu ele ao negro que não só trouxe suas culturas, como também foi obrigado a assimilar os costumes Europeus, incluindo os religiosos.

Nesse contexto, Silva comenta que a palavra "oferenda" norteia a obra coreográfica, dentro do sentido de oferecer um alimento, disponibilizar algo em troca de alguma coisa, tornando-se inevitável não tocar em pontos sólidos que estão presentes no catolicismo, candomblé e na vida.

Ficha Técnica
Intérpretes: Elídio Netto, Gil Mendes, Jordan Fernandes e Ricardo Reis 
Estagiário: Pablo Sheko
Coreógrafo: Jorge Silva
Projeto de Luz:  Pablo de Paula 
Montagem e Operação de Luz: André Stefson
Operador de som: Danilo Dos Anjos 
Assistentes Coreográficos: Gil Mendes e Elídio Netto 

Foto: Clésio Júnior

SERVIÇO
Projeto Cenal Local apresenta: 7 - Homem Cia de Dança/Coreografia Jorge Silva

Dia 23 de junho de 2018
Às 19h30
No Teatro Glória (Centro Cultural Sesc Glória, Av. Jerônimo Monteiro, 428, Centro, Vitória, ES)
Ingressos: R$10 inteira/R$5 meia

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Caos - Estreia

No próximo fim de semana a In Pares Cia de Dança, sob direção de Gil Mendes, estreia seu mais novo espetáculo, Caos.
A montagem, que foi realizada com recursos do Funcultura/Secult ES, aponta para a realidade caótica do mundo contemporâneo e será apresentada no Teatro Glória, do Centro Cultural Sesc Glória.

Sinopse: Sob a estética da barbárie, o estado de poder e a necessidade do excesso e do consumo expõem o corpo ao extremo e as vísceras ao limite. Tem-se o embrião. A intolerância, já saturada e sem crítica, em movimentos ora primitivos ora convulsivos, recria-se o novo, ainda velho e castigado por memórias amargas, mas ainda antigo, ultrapassado porém vivo e insuportavelmente violento e hostil. E o corpo, já erigido, torna-se homem. Em cinco atos em simbiose: o girino, o homem, o espaço, a guerra e o coma, instaura-se o caos.


SERVIÇO
CAOS - Espetáculo de Dança Contemporânea da IN PARES Cia de dança

Dias 23 e 24 de Setembro (sábado e domingo)
Às 19h
No Teatro Glória (Centro Cultural Sesc Glória, Av. Jerônimo Monteiro, 428, Centro, Vitória, ES)
Ingressos na bilheteria do Teatro: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 12 (conveniados e
comerciários).

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Núcleo de estudo Corpo e Cena

O Centro Cultural Sesc Glória oferece a formação em Artes Cênicas "Núcleo de estudo do Corpo e Cena" ministrado pelo artista Gil Mendes.

As inscrições estão abertas e podem ser feitas através da solicitação da ficha de inscrição pelo e-mail cultura@es.sesc.com.br .
As aulas acontecerão aos sábados, quinzenalmente, a partir do dia 13 de agosto e vão até o dia 10 de dezembro, totalizando 40 horas de curso.

Gil Mendes é professor de dança contemporânea, formado pela UFBA e diretor da Cia InPares.


sábado, 16 de abril de 2016

1º Dança na Roda

Criações de Patrícia Miranda e Gil Mendes são foco da primeira roda de bate-papo





Na tarde do último dia 9, sábado, aconteceu o primeiro Dança na Roda, no foyer do Theatro Carlos Gomes, com a presença da coreógrafa do Balé da Ilha Cia de Dança, Patrícia Miranda, e do diretor e coreógrafo da Cia In Pares, Gil Mendes. Os artistas convidados falaram sobre sua trajetória na dança e seus processos de criação junto aos grupos, e o público interagiu com perguntas e comentários. A próxima Roda acontecerá no dia 23 de abril, sábado que vem, com a participação da coreógrafa e diretora da Cia NegraÔ, Giovana Gonzaga, e a precursora e divulgadora da cultura Hip Hop e do Flash Mob no Estado, Yuriê Perazzini.

No primeiro encontro, os artistas ressaltaram a importância de haver mais espaços de diálogo na dança. “São poucos os lugares que a gente tem para falar sobre o que a gente faz e poder conhecer também melhor o trabalho do outro e compartilhar conhecimentos”, pontuou Patrícia. “Esse é um espaço que agrega e a gente precisa disso, de espaços de encontros”, destacou Gil.

A bailarina Patrícia Miranda contou sobre sua formação em dança, que teve início muito cedo, aos oito anos. Filha de professora de jazz, Patrícia estudou com diversos profissionais ao longo de sua carreira, passando por Elias dos Santos, Renato Vieira, Cia Mítzi Marzzuti e diversos coreógrafos reconhecidos nacionalmente; foi estudar em uma escola na Alemanha e em outros espaços, sempre procurando absorver o que os novos contatos tinham a oferecer. Com a Duo Cia de Dança, começou a coreografar profissionalmente.

Ao transferir seu trabalho de bailarina para o de coreógrafa, Patrícia não experimentou nenhum descontentamento: “Ver o meu trabalho em cena me realiza demais!”.

Gil Mendes, ao contrário de muitos profissionais da dança, começou um pouco tarde, “com vinte e poucos anos”, lembra. Durante intenso período de formação em dança na Bahia, Gil agregou estudos e experiências fundamentais para sua carreira, percorrendo diversas vertentes, a exemplo da técnica de Martha Graham e das danças Afro, Moderna e Contemporânea, sempre em contato com importantes grupos e profissionais da área.

Além disso, descobriu, ao longo do tempo, que preferia ser coreógrafo a dançarino, sendo que seu primeiro trabalho na criação de coreografia foi para uma peça de teatro. “A criação sempre fez parte da minha trajetória, mesmo dançando para outras pessoas. Para mim, o bailarino sempre era um sujeito que participava do processo de criação e isso formou o meu modo trabalhar”, frisa Gil.

De volta a Vitória, Gil Mendes integrou o grupo NegraÔ, que seguia a linha de pesquisa do Afro tradicional. Já contaminado pela dança contemporânea, o artista buscava propostas de trabalho que partiam dessa mistura, também apostando em intérpretes capazes de dançar, cantar e batucar. Em 2008, fundou a Cia In Pares, cujo primeiro trabalho foi Inumeráveis Estados do Ser.

“Me viciei pelo bastidor. Sou um apaixonado pelo fora de cena. Eu gosto muito mais do processo, ele é maravilhoso e não acaba nunca, até porque um dia não é igual ao outro”, revela o coreógrafo.


Para criar o espetáculo: caminhos e visões


Como coreógrafa, Patrícia diz que é bastante intuitiva, que gosta de deixar o acaso acontecer e de abrir espaço para que o intérprete também participe da criação. Até mesmo o que parece ser um erro, alimenta o trabalho da artista. “Isso te tira da zona de conforto dentro do processo de criação, faz ficar vivo, gera uma nova ideia”, pontua.

Para Patrícia, criação é como uma maestria, um trabalho de ajudar a organizar. Ao criar, a coreógrafa acredita que a estética precisa, necessariamente, estar conectada ao que se quer dizer, assim como a técnica utilizada precisa ser clara. “A técnica liberta. Quando você tem a apropriação daquilo que faz, independentemente da linguagem, a técnica te liberta, te dá ferramentas para ir por outros caminhos”, acrescenta.

Gil concorda que, no trabalho do coreógrafo, há um sentido político. “Acho que coreografar não é só juntar passos, seguir uma música. É algo a ser dito”, reforça. Uma das formas que exercita o sentido político do ofício é, por exemplo, trabalhando com pessoas com padrões de corpos diferentes e com pensamentos divergentes. “Acho a diferença algo rico e cria outras possibilidades de construção, outros parâmetros. A dança tem de ser um espaço de inclusão, e, às vezes, ela exclui, seleciona corpos. Eu acho legal um baixinho dançar com um alto, alguém do hip hop com uma pessoa do ballet. A dança tem que ser política no sentido de abrir espaços, de permitir, ainda que preserve raízes, tem que quebrar barreiras”, aponta Gil.
Em sua forma de conduzir o processo de criação, é essencial estabelecer o espaço onde acontecerá a história. “Em Banzo, por exemplo, eu já sabia que seria em uma estação, partindo de um conto de Guimarães Rosa”, conta. O coreógrafo destaca, ainda, que costuma começar a coreografar pelo final e, só depois, encontrar o início. Ao mesmo tempo, não acredita em fórmulas e métodos, prefere desenvolver estratégias de coreografar conforme cada projeto e considera muito importante o acaso, assim como a experiência do próprio bailarino.

“A gente trabalha com movimento, gesto, linguagem, e acho que a linguagem não se esgota. Posso falar algo de milhares de formas. Dançar é produzir conhecimento”, diz Gil.


Criações e pesquisas


Os artistas convidados falaram também sobre alguns espetáculos de suas carreiras. Entre outras obras, Patrícia contou sobre a montagem de Teoria Geral da Fossa, para qual foi convidada por Karla Ferreira, e Gil falou sobre aspectos da construção de Inumeráveis Estados do Ser, Banzo e Inabitáveis.

Em Teoria Geral da Fossa, Patrícia coreografou bailarinos que não conhecia e apostou na criação colaborativa. A artista, que assina a direção coreográfica do espetáculo, conta que utilizou textos de Carmélia – sobre quem a obra fala – e o resultado da participação de pessoas convidadas a falarem sobre aquela época nos encontros com o grupo.

“Carmélia era uma figura marcante. Mas, quando líamos o que ela escreveu, só víamos amor, poesia, seu lado feminino, um espetáculo cor-de-rosa. Fomos tomados pelo afeto. Pensávamos: ‘como pode uma pessoa tão transgressora escrever com tanta delicadeza?’”, revela Patrícia. Dessa forma, o grupo escolheu falar da solidão, da adolescência que a personagem não viveu, do que não era percebido, a partir da vivência corporal dos próprios bailarinos.

“Minha relação com o bailarino é de ‘você pode, está em você’. Meu olhar é do todo, da sensação que aquilo está causando. Essa relação tem que ser construída, do público, do intérprete, de provocar um olhar novo sobre aquilo. Nem sempre as pessoas irão gostar; às vezes, ficarão perturbadas, e aí já se cumpriu sua função. A criação é compartilhada”, afirma a coreógrafa.




A loucura em processos


Em Inumeráveis Estados do Ser, Gil lembra que o grupo, inicialmente, imaginou abordar o tema da loucura de determinada forma, mas a construção do espetáculo tomou outro rumo. “Não queríamos falar do louco, do hospício, queríamos falar da coisa criativa da loucura. Não conseguimos. O processo criativo nos deu uma rasteira”, conta.

Na ocasião, os bailarinos visitaram o hospital psiquiátrico Adauto Botelho e, conforme explica o coreógrafo, voltaram transformadas devido ao que vivenciaram lá dentro. A partir daí, vieram as respostas em um curto prazo, possibilitando a finalização do trabalho.

A loucura também aparece em Banzo, além da saudade. “Nesse processo, encontramos o ‘psiu’, de alguém que está perdido ou ouve vozes. Ao mesmo tempo, buscamos de onde vem o movimento. É pensar no jogo que isso propõe, e não naquilo que já tenho codificado. Como posso falar - com o movimento - de formiga, de poça d’água?”, exemplifica Gil.


Provocar é preciso


Já a proposta do espetáculo Inabitáveis, surgiu de um daqueles momentos de pausa para relaxar e descontrair: “Que tal a gente fazer um trabalho sobre a relação homoafetiva?”. Depois de certa resistência, a aceitação do desafio. “O espetáculo surgiu muito das conversas dos intervalos dos ensaios, dos causos, dos papos de bares com amigos e de um artigo que li – e dele vem o título – que falava do conceito dos inabitáveis para pessoas que tinham encontros fortuitos, às escondidas, como em saunas e espaços de não visibilidade”, explica.

Para a montagem da coreografia, Gil sublinha a repetição, que acontece quase como algo rotineiro, do buscar, do ir e voltar, ao mesmo tempo que pontua uma estratégia coreográfica, a fim de reforçar e mostrar sob outros ângulos aquilo que se quer dizer. Fala-se de uma prática que se repete.




O Dança na Roda é um evento gratuito, promovido pelo Portal Dança no ES, que pretende reunir público e artistas locais para compartilharem suas experiências criativas. As rodas acontecem no foyer do Theatro Carlos Gomes, das 15h às 18h, e é aberta a todos interessados pelo tema. Até a próxima!







segunda-feira, 11 de abril de 2016

Temporada In Pares

A Cia de Dança In Pares faz curta temporada no Teatro Carlos Gomes, de 15 a 17 de abril, com os espetáculos de seu repertório, Banzo e Inabitáveis. A cada noite será possível ver os dois trabalhos na sequência.

Sobre Banzo - Guimarães Rosa transcreve para a literatura a saudade, a loucura, o mistério, as despedidas e a vida silenciosa dos sertões mineiro e brasileiro, sempre de forma realista e poética. “Banzo” surgiu dessa inquietação.





Sobre Inabitáveis - Dois homens se entrelaçam. Em meio ao caos urbano, o sexo casual e furtivo é expresso por meio de uma poética visceral. O cotidiano pede enfrentamento e eles buscam a libertação e a completude em seus atos e movimentos. Fetiches, desejos, impulsos, medos e gozos se misturam.





SERVIÇO
Espetáculos Banzo e Inabitáveis - In Pares Cia de Dança
Dias 15, 16 e 17 de abril
20 horas
No Teatro Carlos Gomes (Praça Costa Pereira, s/n. Centro, Vitória, ES)
Contato: (27) 99956-0609 - Paulo Sena

domingo, 3 de abril de 2016

1º Dança na Roda dia 9 de abril

No próximo sábado, dia 9 de abril, acontece a primeira roda de conversa do Dança no ES. O evento, que terá como convidados os coreógrafos Gil Mendes e Patrícia Miranda, abordará os processos de criação em dança dos artistas, que compartilharão suas experiências com o público.

Gil Mendes atualmente é coreógrafo e diretor da In Pares Cia de Dança. Formado em Dança pela UFBA, já coreografou para grupos como o Negraô, a Homem Cia de Dança e o Grupo Pequenos Talentos - ACES. Participou do projeto Assuntando o Corpo de Baile - oficinas de dança afro brasileira para Comunidades Quilombolas em São Mateus, ES. Também atua como professor do curso técnico de dança da FAFI.

Patrícia Miranda é coreógrafa do Balé da Ilha Cia de Dança, mesma companhia em que já atuou como bailarina solista. Ao longo de sua carreira fez parte da Mitzi Marzutti Cia de Dança, dirigiu a Duo Cia de Dança e realizou trabalhos em parceria com Marcos Pitanga. Estudou em diversos centros de formação, como a Escola Nacional de Arte de Havana, Cuba e na Palucca Hochschule für Tanz Dresden em Dresden, Alemanha.



quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Banzo - InPares Cia de Dança

No dia 18 de setembro o teatro do Centro Cultural Sesc Glória recebe única apresentação do espetáculo Banzo, da Cia InPares de dança contemporânea.

O espetáculo tem direção de Gil Mendes e coreografia de Cristina Castro (BA).


SERVIÇO
Espetáculo Banzo - Cia InPares de Dança
Dia 18 de setembro de 2015
Às 19h
No Teatro do Centro Cultural Sesc Glória
Ingressos R$ 6,00 (inteira) R$ 3,00 (meia).

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Temporada Impulsos - Coletivo Corpus Kardia

O Centro Cultural Sesc Glória recebe, dentro do projeto Cena Local, a curta temporada do espetáculo Impulsos do Coletivo Corpus Kardia.

O espetáculo é baseado no livro "Kardia - Poemas de Paixão" da escritora Vilma Belfort e aborda questões sobre o amor, seus ímpetos e impulsos no cotidiano, do ponto de vista feminino. O elenco, formado por seis bailarinas, teve a colaboração de Aline Ribeiro e participação coreográfica de Gil Mendes na construção colaborativa do espetáculo.

Saiba mais sobre o Coletivo Corpus Kardia no endereço http://corpuskardia.blogspot.com.br/



SERVIÇO
Temporada do espetáculo Impulsos - Coletivo Corpus Kardia
Duração 40 minutos
Classificação 14 anos

05, 06 e 07 de agosto às 19h
08 de agosto, às 20h
09 de agosto, às 19h

Ingressos: R$10 (inteira) / R$5 (meia) / R$6 (comerciantes e comerciários)

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Cia In Pares apresenta Banzo no Sesc Glória

No próximo domingo, dia 28 de junho, a Cia InPares reapresenta o espetáculo Banzo no Teatro do Centro Cultural Sesc Glória.
O espetáculo, que tem direção de Gilberto Mendes, foi concebido em parceria com a coreógrafa Cristina Castro do Núcleo Viladança (BA).


Serviço
Banzo - Cia InPares
Dia 28 de junho, às 18h
No Teatro do Centro Cultural Sesc Glória (Av Jerônimo Monteiro, 428, Centro, Vitória)
Ingressos: R$10 (inteira) / R$5 (meia) / R$3 (comerciários)
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/790106314420836/