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terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

“Moquear: Sem Receita” faz circulação pelo ES

 


Narrado em primeira pessoa, o espetáculo com apresentações gratuitas dias 05, 11, 12, 15 e 16 de fevereiro às 18h30, traz Yuriê, artista e mulher que se utiliza das linguagens que domina, as danças urbanas, a capoeira, as danças populares e as danças afro-brasileiras, para tentar responder sua inquietação: com quantos corpos se faz uma moqueca? Em Vitória, será oferecida uma oficina gratuitamente, informações no serviço. 


Espetáculo faz apresentações gratuitas seguidas de roda de conversa. Foto: Luara Monteiro.

“Meu corpo é terra colonizada”, diz o início do texto assinado por Alexsandra Bertoli. Juntamente à palavra, o solo “Moquear: Sem Receita” utiliza diversas linguagens em dança para fazer um paralelo entre a receita da moqueca, prato que representa um aspecto da identidade cultural do Espírito Santo, e os elementos que compõem a intérprete como mulher brasileira de ascendência indígena-negra-europeia. 


O termo “moquear” trata de uma técnica de cozimento indígena em que os alimentos são preparados no caldo dos próprios ingredientes. Essa mistura típica do Brasil e muito presente no litoral é utilizada como uma referência simbólica no espetáculo para fazer um resgate sociocultural da formação de nossos povos. Dentro desse caldeirão ancestral, o espetáculo aborda questões como o racismo, a objetificação da mulher, a dualidade entre colonização e descolonização e a fusão de etnias que compõem o povo brasileiro. 


O início do projeto se deu no terreiro da Igreja Reis Magos, localizada em Nova Almeida, Serra, cenário de violência contra os povos indígenas e negros escravizados. Seguimos pesquisando pontos de interesse, como as telhas feitas nas coxas dos escravizados, a contraposição de conhecimento científico à oralidade, o olhar romântico e ao mesmo tempo colonizador do indianismo, a violência contra as minorias e os rastros que configuram corpos brasileiros deixados pela influência (genética ou não) de negros, indígenas e europeus”, aponta Yuriê. 


Após a apresentação do espetáculo o público poderá participar de uma roda de conversa com a equipe do projeto. A circulação de “Moquear: Sem Receita” tem o apoio do Edital 023/2020 Setorial de Dança - Funcultura, da Secretaria de Estado da Cultura do ES. 


SERVIÇO


Apresentação de “Moquear: Sem Receita”


ITAPEMIRIM - Data: 05 de fevereiro. Horário: 18h30. Local: Quintal Dona Música. Rua Donatilla Bahiense Lopes, 60 - Itaipava, Itapemirim - ES.

NOVA VENÉCIA - Data: 11 de fevereiro. Horário: 18h30. Local: Centro Cultural Casarão. R. Agostinho Biral, 254 - Beira Rio, Nova Venécia - ES.

CONCEIÇÃO DA BARRA - Data: 12 de fevereiro. Horário: 18h30. Local: Casa da Barra. Rua 23 de maio, 91 - Centro, Conceição da Barra - ES.

VITÓRIA - Data: 15 de fevereiro. Horário: 18h30. Local: Museu Capixaba do Negro “Verônica da Pas” - Mucane. Avenida República, 121, Centro Histórico, Vitória – ES.

GUAÇUÍ - Data: 16 de fevereiro. Horário: 18h30. Local: Casa de Veneranda. Av. Gov. Lacerda de Aguiar, 207 - Centro, Guaçuí - ES.

Valor: Gratuito.

Classificação: Livre.

Duração: Aproximadamente 45 min.


Oficina Dance Fusion: Como descolonizar um corpo? Módulo: FUNK Brasileiro. Quem descobriu o Brasil não foi Cabral. Data: 14 de fevereiro. Horário: 19h00. Local: CASU. Rua Marechal Floriano, 640, Maruípe, Vitória - ES. Valor: Gratuito. Classificação: 16 anos. Duração: 2 horas. Inscrições: No perfil do espetáculo https://www.instagram.com/moquearsemreceita/ Sinopse: Na oficina, Yuriê Perazzini apresenta conceitos como a descolonização e a emancipação pedagógica por meio da malemolência, da memória e das trocas pela fala e pela escuta, convidando os participantes a experimentarem em seus corpos as proposições presentes no espetáculo Moquear: Sem receita. FICHA TÉCNICA Solo de Yuriê Perazzini Criação, concepção e direção executiva: Yuriê Perazzini Direção Cênica: Ivna Messina Iluminação: André Stefson Produção executiva: Baobá Cultural Figurino: Antônio Apolinário Redes sociais e material gráfico: Carolina de Mello Fotografias: Luara Monteiro Operadora de som: Luisa Aguiar Realização: YUP! Produções

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Mostra LABIC 2021 reúne solos de dança

 

Seis artistas que integram o Laboratório do Intérprete-Criador (Lab.IC) apresentarão seus trabalhos solo de dança no dia 17 de dezembro (sexta-feira), às 19h, na MOSTRA LABIC 2021. Gratuito e on-line, o evento será transmitido pelo canal no YouTube do Portal Dança no ES, que é parceiro do projeto, e reunirá o resultado prático das pesquisas em dança realizadas pelos participantes ao longo do funcionamento do núcleo. Com apoio do Rumos Itaú Cultural 2019-2020, a edição do Lab.IC deste ano iniciou suas atividades em setembro, com encontros virtuais semanais, contemplando com bolsa seis artistas-criadores do estado do Espírito Santo interessados em desenvolver projetos solo em dança. Os trabalhos permanecerão disponíveis por 15 dias no YouTube.


A Mostra apresenta resultados da pesquisa de seis artistas residentes do ES. Foto: Farley José.


Voltada para a apresentação virtual, a MOSTRA LABIC 2021 trará principalmente videodanças e videoperformances, além de outros formatos que complementem a exposição dos processos criativos dos participantes, tais como sites, canais pessoais, playlists e portfólios que poderão ser acessados através de links compartilhados. Assim, o espectador, além de assistir aos vídeos produzidos a partir do laboratório, poderá percorrer esse mapeamento criativo de cada artista-pesquisador – o que também está em sintonia com os objetivos do Lab.IC enquanto núcleo de compartilhamento e desenvolvimento de pesquisas.

Essa mostra vai ser diferente da primeira edição, porque ela vai ser integralmente on-line. É quase uma síntese, um recorte das escolhas das pessoas participantes, do que elas estão interessadas em mostrar para o público como resultado do andamento das pesquisas durante o Lab.IC. Mesmo sendo um formato on-line, a gente vai ter uma variedade muito grande de possibilidades de mostrar isso dentro do campo virtual”, explica a coordenadora e idealizadora do projeto, Ivna Messina.

As temáticas de cada trabalho solo também são diversas. Os seis integrantes do Lab.IC partiram de suas vivências para aprofundar suas pesquisas, trazendo para o debate e para a dança apontamentos sobre diversidade, religião, estereótipos, ancestralidade, pertencimento, ecoperformance, exploração do meio ambiente, descolonização do corpo, objetificação do corpo da mulher negra, entre outros.

Antes de serem propostas artísticas finalizadas, as obras produzidas são resultado de uma etapa de trabalho, que tem o potencial de se desdobrar futuramente na continuidade da pesquisa individual e em novas criações ou adaptações para o formato presencial. Segundo Ivna, a Mostra é, na verdade, resultado de parte de um percurso.

Depois que o projeto se encerrar, cada participante vai ter a liberdade de pegar essa pesquisa e transformá-la no formato que tiver mais interesse, podendo criar documentários, vídeos, filmes, webséries, espetáculos, oficinas, metodologias... Então pode ser que, no futuro, a gente tenha espetáculos e outros projetos cuja semente tenha sido plantada agora, na segunda edição do Lab.IC”, aposta.

 

Roda de conversa

No dia seguinte à apresentação dos trabalhos da MOSTRA LABIC 2021, no dia 18 de dezembro (sábado), às 14h, será realizado um bate-papo com os participantes do Lab.IC – entre artistas que apresentam seus trabalhos, ouvintes que também integram o núcleo e equipe do projeto. A roda de conversa virtual acontecerá ao vivo pelo Zoom e será transmitida pelo canal do Portal Dança no ES do YouTube, de modo que o público poderá participar com perguntas e comentários através do chat desta plataforma. Nesse encontro aberto, os participantes poderão trocar experiências e impressões sobre os vídeos apresentados, seus processos criativos e suas pesquisas.

 

Dossiê

Além da MOSTRA LABIC 2021, o projeto promoverá a divulgação, em formato de dossiê, dos relatos de experiência dos integrantes do Lab.IC, que foram estimulados ao longo das atividades do núcleo a criar um diário de bordo sobre seus percursos criativos. Essa publicação, que consistirá em um registro por escrito de todas as pesquisas desenvolvidas, será lançada no mês de fevereiro de 2022 e disponibilizada on-line para toda a comunidade interessada. O dossiê pretende ser mais um passo importante na produção de registro e memória sobre a dança realizada no Espírito Santo.

 

Programação

- “Terra Santa” – por Farley José

- “Casa Urbana – Instalação Casa-Corpo: Muxima de N’ganga Meu Corpo Canta e Dança” – por Yuriê Perazzini

- “O Amanhã Talvez Não Exista” – por Marcelo Oliveira

- “Lavra” – por Weber Cooper

- “Ísinqé” – por Lalau Martins

- “Mover Híbrido” – por Juliander Agrizzi

 

SERVIÇO

MOSTRA LABIC 2021

Data: 17 de dezembro (sexta-feira)

Horário: 19h

Público: Livre

Local: YouTube do Portal Dança no ES

https://www.youtube.com/channel/UCCgda2tmFgJKT44Oy2B0I4A/featured

 

BATE-PAPO – MOSTRA LABIC 2021

Data: 18 de dezembro (sábado)

Horário: 14h

Público: Livre

Local: YouTube do Portal Dança no ES

https://www.youtube.com/channel/UCCgda2tmFgJKT44Oy2B0I4A/featured

 

>> Canais do Lab.IC Dança:

Instagram: https://www.instagram.com/labicdanca/

Facebook: https://www.facebook.com/labicdanca/

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Curso de Dance Fusion com Yuriê Perazzini

O curso Dance Fusion: Como Descolonizar Um Corpo? é uma proposta contemporânea transdisciplinar que utiliza diferentes linguagens artísticas como danças afrodiaspóricas, produção cultural, processos criativos, história e arte, como meio para refletir nossas práticas, modos de entender e se aproximar da dança e da escuta corporal, deixando as memórias emergirem sem julgamentos em conjunto com a ancestralidade. A intenção é experienciar novas possibilidades dentro dos movimentos e gestos do cotidiano, especificamente a malemolência.  

Os encontros acontecerão no modo presencial, seguindo todas as normas de segurança da OMS, às quartas-feiras. Esse é o dia que em alguns cultos afrodiaspóricos são cultuados os Orixás Iansã, Xangô e Obá, o que nos faz compreender que é um dia regido pela força da justiça e o acolhimento de mulheres guerreiras e matriarcais. Serão ofertadas 05 vagas para início das aulas no dia 04 de Agosto, de 19h00 a 21h30.

Natália Cortelette no final do Curso Dance Fusion. Foto: Coletivo Balancê.




Baseada na pedagogia crítico emancipatória e na pedagogia dialógica dentro do que acreditamos como construtivismo sociocultural, serão oferecidos momentos de trocas, de escuta e de narrativas corporais, a partir da autonomia dos corpos e do improviso, tendo como caminhos possíveis a utilização de contação de histórias que trazem a poética do corpo autônomo, livre de uma estética forçada. As histórias que cada um carrega consigo têm importância, pois são fontes diretas de energia de outras dimensões. O corpo é a própria encruzilhada, tendo basicamente 5 extremidades de conexão, com tudo que acontece, oportunizando o momento de reativar suas memórias e transformá-las em dança. 

Esse trabalho vem sendo estudado e corporificado através das pesquisas da artista Yuriê Perazzini, através das danças afrodiásporicas como fundamento para o despertar do quem EU SOU. Compreendendo a força do rebolado e toda ativação energética que a região pélvica proporciona, a artista procura estimular movimentos para um desbloqueio energético e, a partir daí, o alinhamento dos chakras na coluna vertebral e o aterramento dos pés como busca de reconhecimento de suas histórias pessoais. Além da práxis, este curso visa momentos de autoprodução e apresentação do seu (novo) EU para a sociedade, podendo ser essa produção o compartilhamento do processo criativo, uma vez que sabemos que para uma mudança significativa é exigida muita dedicação diária, tempo e perseverança.


SERVIÇO

Curso Dance Fusion: Como Descolonizar Um Corpo? 


A partir de 4 de agosto, sempre às quartas-feiras

De 19h00 a 21h30

Curso pago


Concorra a uma bolsa de estudos 100% gratuita para pessoas pretas independente de gênero. Para concorrer, basta responder as perguntas presentes na ficha de inscrição e torcer para ela ser sua! São apenas 2 perguntas. A contrapartida se encontra na ficha de inscrição, na bio da CASU no Instagram.


Sobre o espaço CASU:

A Casa Urbana - CASU é um espaço de estudo, pesquisa, criação e exposição artística transdisciplinar que se deixa atravessar por diferentes linguagens, localizada na cidade de Vitória/ES. É um espaço para produções, residências, trocas, palestras, formações, tudo isso com a proteção dos guias espirituais e muito amor.


Contatos: 
Instagram Casa Urbana Vix - @casuvix
Instagram da artista Yuriê Perazzini - @yuriepam
Telefone: 27 999046123

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Yuriê Perazzini oferece aulas gratuitas na Grande Vitória

Casa Urbana - CASU, através da lei de incentivo Aldir Blanc para espaços culturais, juntamente com a Prefeitura Municipal de Vitória, apresenta o projeto Diáspora Escolar: Cortejo nas redes capixabas.

O projeto visa a criação de um ambiente virtual para conversas, trocas de saberes e aulas de dança para estudantes da rede estadual de ensino da Grande Vitória. Serão contempladas 6 escolas e cada escola terá 2 encontros virtuais com a professora Yuriê Pâmella Perazzini.


Foto: divulgação.


O foco do projeto é o incentivo à arte, cultura e dança afro diaspórica, tendo como mote as leis 10.639/2003 e 11645/2008 que estabelecem a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e indígenas nas redes de ensino. 


Se você trabalha ou estuda na rede estadual de ensino da Grande Vitória - que compreende Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Fundão, Viana e Guarapari, entre em contato pelo telefone (27) 99904-6123 ou pelo e-mail yurie_pam@hotmail.com e agende sua escola. O prazo para agendamentos vai até o dia 30/04. 


SERVIÇO


Diáspora Escolar: Cortejo nas redes capixabas

Conversas, trocas de saberes e aulas de dança para estudantes da Grande Vitória em ambiente virtual

Inscrições e informações: (27) 99904-6123 / yurie_pam@hotmail.com


sábado, 14 de novembro de 2020

Conversas com Yuriê Perazzini

 Com o objetivo de propor reflexões sobre a dança, relacionando com temas como o corpo, a vida e as relações, a artista da dança Yuriê Perazzini está realizando uma série de conversas semanais via live no seu perfil do Instagram com diversos convidados.

A próxima convidada é Mariana Leandro, da Serra (ES), pesquisadora da cultura Banto e de mediações culturais e artísticas. A conversa acontecerá às 16h14 do dia 15 de novembro (domingo), pelo Instagram.

Com o nome de Moqueando com..., Yuriê relaciona a conversa com a sua pesquisa em dança que trata da descolonização do corpo pela fusão de diversas linguagens de dança e com a cultura alimentar indígena que cozinha através da técnica de "moquear", quando se prepara a comida no caldo dos próprios ingredientes sem adição de outros líquidos.

As conversas anteriores, que foram com Henrique Bianchini, Juju Ramos e Laís Albuquerque, podem ser conferidas no canal do YouTube da artista:

https://www.youtube.com/channel/UCjHBwAHENfXk4vCLHuyS_eQ


Yuriê Perazzini convida para conversas sobre dança. Foto: Zênia Cáo.

SERVIÇO
Moqueando com... Mariana Leandro (Serra, ES) - Uma conversa sobre Dança
Mediada por Yuriê Perazzini

Dia 15 de novembro de 2020 (domingo)
Às 16h14

No Instagram: https://www.instagram.com/yuriepam/

Acesse as conversas anteriores no YouTube:
https://www.youtube.com/channel/UCjHBwAHENfXk4vCLHuyS_eQ


terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Moquear: sem receita estreia no Sesc Glória

 Nos dias 8 e 9 de março o Teatro Virgínia Tamanini do Centro Cultural Sesc Glória recebe a estreia no espetáculo solo de dança Moquear: sem receita da dançarina Yuriê Perazzini.

Com direção de Ivna Messina, dramaturgia de Alexsandra Bertoli e colaboração de artistas como Charlene Bicalho, Luara Monteiro, Janaina Coelho e Antônio Apolinário, o trabalho utiliza as linguagens das danças urbanas, da capoeira, das danças populares e das danças afro-brasileiras, que marcam a trajetória artística de Yuriê, para fazer um paralelo entre a receita da moqueca, prato que representa um aspecto da identidade cultural do litoral brasileiro, e os elementos que compõem a intérprete como mulher brasileira de ascendência indígena-negra-europeia.


Yuriê Perazzini estreia seu primeiro solo. Foto: Luara Monteiro.


SERVIÇO
 Estreia de “Moquear: Sem Receita”
Um solo de Yuriê Perazzini com direção de Ivna Messina

Dias 8 e 9 de março (sexta e sábado)
Às 19h30
No Teatro Virgínia Tamanini - Sesc Glória (Avenida Jerônimo Monteiro, 428, Centro de Vitória, ES)
Ingressos a venda na bilheteria do Sesc Glória: R$ 20 (inteira), R$ 12 (comerciantes e conveniados), R$ 10 (meia).
Classificação: 16 anos

terça-feira, 3 de maio de 2016

2° Dança na Roda

Encontro reuniu Afro e Danças Urbanas em bate-papo protagonizado por Giovana Gonzaga e Yuriê Perazzini




No último dia 23, sábado, o foyer do Teatro Carlos Gomes se transformou em palco para um rico debate sobre dança, atitude, cultura negra e processos de formação e criação. O segundo Dança na Roda contou com a participação das artistas e professoras Giovana Gonzaga, da Cia NegraÔ, e Yuriê Perazzini, das Danças Urbanas, além de um público diversificado, entre dançarinos, estudantes, pesquisadores e interessados no tema. O encontro fez parte do “Processos 012”, evento realizado por projetos contemplados pelo edital de Artes Cênicas da Secult, e deu continuidade às rodas de bate-papo propostas pelo Portal Dança no ES. A terceira e última edição do Dança na Roda acontecerá no dia 7 de maio, às 15h, no mesmo local, com a presença da performer Rubiane Maia e da bailarina e atriz Carla Van Den Bergen, do Grupo Z de Teatro.


Atualmente na função de direção coreográfica da Cia NegraÔ, Giovana falou sobre seu processo de amadurecimento, que a levou de intérprete para coreógrafa do grupo. Seguindo a referência de trabalho do coreógrafo Gil Mendes, que esteve à frente do grupo por muitos anos, Giovana aposta no trabalho colaborativo. “O NegraÔ é minha essência, minha base de dança, minha escola. Dentro do NegraÔ, fui descobrir a essência do criar. Gil Mendes sempre nos deu essa oportunidade, ele nunca faz um trabalho sozinho”, ressalta.

A artista participou de vários processos criativos, mas considera sua profissionalização, de fato, a partir do NegraÔ. Como coreógrafa do grupo, está em seu segundo trabalho, sendo o primeiro “O Congado”, que, sobre uma base contemporânea, trouxe imagens e figuras do Congo que são pouco vistas e conhecidas. Agora, o grupo encara uma nova etapa em sua trajetória, assim como a própria Giovana. “É um processo novo na minha vida. Eu sempre fui intérprete e, hoje, estou em um processo de também pensar no que significa a dança para mim. A dança realmente é minha vida”, diz.

Com “Negros de todas as cores”, título do novo trabalho, a proposta é buscar outras referências em ritmos e estilos que dialoguem intimamente com a cultura afro, sem perder suas raízes, o que tem, inclusive, colocado o grupo em contato com a própria Yuriê Perazzini na sala de ensaio e pesquisa. “Quando a gente vive a cultura afro, a gente tem tantos caminhos para seguir... Eu acho que é essa busca que estou trazendo para o NegraÔ”, sublinha Giovana.

A diversidade também permeia a concepção de técnica que a coreógrafa utiliza. “Acho a técnica necessária, funcional, mas existem muitos corpos. Cansei desse mundinho do padrão corporal, acho que cada corpo tem um processo de criar”, aponta. Do mesmo modo, investe em novas leituras em seu projeto paralelo, a Cia de Dança Alfazema, na qual trabalha com a dança afro buscando suavidade e leveza, sem o peso e o impacto característicos de sua versão tradicional.


Na batida das ruas


Padrão também foi algo em que Yuriê Perazzini nunca acreditou. Desde muito cedo, a artista começou a buscar o que a movia – literalmente. Aos cinco anos, entrou para o ballet, onde não ficou mais que duas semanas. “Eu era muito agitada! Fui para o jazz e fiquei alguns anos. Depois de um tempo, também não conseguia mais me encaixar nele, eu fazia uns movimentos muito diferentes”, conta.

Já adolescente, Yuriê entrou para o Vitória Street Dance, grupo dirigido por Lalau Martins (a quem Yuriê rendeu homenagens e agradecimento durante sua fala), e iniciou sua carreira nas danças urbanas. A partir daí, acumulou experiências, colecionou referências nacionais e internacionais na área, conheceu pessoas e foi para o mundo. Com Zênia Cáo, formou uma dupla e viajou em busca de mais conhecimento. Yuriê fez cursos em São Paulo, pesquisou na Jamaica e na África, entre outros lugares, e encontrou um universo muito maior do que esperava. “Conheci uma galera em São Paulo, fizemos um intensivo lá. Tivemos que começar praticamente do zero, não sabíamos fundamentos, nomes dos tipos de dança”, diz.

A cada descoberta de um novo estilo de dança urbana, Yuriê conta que chorava, uma vez que descobria, aos poucos, a si mesma. Com o tempo e sua constante busca por saber mais, a artista se pôs em contato com diversas vertentes, a exemplo do ragga jam, que, como ela explica, é uma fusão de danças jamaicanas com hip hop. “Fiquei dois anos na equipe Ragga Jam Brasil, tinha que ir para São Paulo de dois em dois meses”, lembra.

Diante das dificuldades que encontrava e do desejo de investir no próprio Estado, Yuriê deu início à UDES (União de Dançarinos do Espírito Santo) e, juntamente com parceiros, a exemplo de Priscila Foquinha (in memorian), tocou o projeto adiante, com encontros mensais, inicialmente sem nenhum apoio financeiro. Os Encontros de Danças Urbanas, promovidos pela UDES, existem há sete anos e acontecem até hoje, todo terceiro sábado do mês.

Além disso, a artista falou do lançamento recente de um novo projeto, o Casu (Casa Urbana), que pretende dedicar aulas específicas para cada um dos estilos de dança urbana, que, como ela explica, são vários. “É começar a entender as especificidades e a riqueza que existem nas danças urbanas. Eu tenho paixão por essa cultura e é fundamental esse olhar de que cada tipo de dança tem sua importância”, destaca.

Yuriê sempre foi plural. Com formação também na capoeira e no curso de graduação em Educação Física, ela experimentou diversas linguagens de dança para compor o que hoje é seu trabalho. Foi pioneira do flash mob no Estado, tem consciência da sua responsabilidade social como educadora, difusora e fundadora da cultura das danças urbanas no Estado, e se coloca no lugar do underground (no sentido do não acadêmico), mesmo sabendo que ocupar espaços é preciso. “Pego firme na questão de que tem que ir para o teatro, sim; tem que ir para o lugar da galera rica, sim; tem que trazer a galera rica junto com os pobres, sim”, afirma.



Processos e encontros


O encontro das duas artistas da dança tem sido produtivo para além da Roda. Giovana contou que Yuriê foi uma parte importante no novo processo de pesquisa e criação do NegraÔ, que deverá abordar também as danças urbanas, funk, kuduro, entre outros ritmos, sem perder o tom da dança afro, característica principal do grupo.

“Não deixamos nossa essência, mas vejo várias vertentes na cultura afro, vindas do gueto, da comunidade. Estou muito feliz de ver o NegraÔ poder subir ao palco e representar guetos. A galera está trabalhando com o passinho. Quem já assistiu ao passinho no palco? É pouco!”, observa Giovana. “Negros de todas as cores” surgiu de uma das bailarinas do grupo, que sonhou com o título, e apenas isso. A partir daí, iniciou-se todo o processo de criação.

Giovana explicou que, tradicionalmente, a dança afro tem suas bases nas matrizes africanas, com dança dos orixás, samba reggae, afro contemporâneo, além de possuir uma energia muito forte do dançarino com o chão. Muitos movimentos surgem, por exemplo, inspirados nas atividades cotidianas de negros escravizados, como o trabalho de lavar, socar, assim como sua relação com as divindades. Cria-se, portanto, uma célula coreográfica, mas cada indivíduo, de acordo com seu repertório, encontra sua maneira de se movimentar.

“Adoro o corpo cru, ele tem muito o que mostrar, não gosto tanto do vício. Por isso, estamos trazendo uma nova roupagem. Cada corpo vai em busca daquilo que entende”, pontua Giovana, que, como profissional, gosta de ver a transformação dos corpos ao longo do trabalho. As mesclas que fazem parte do novo processo deverão marcar, inclusive, a própria passagem do grupo. “A gente quer ousar tanto em movimento quanto em história. O NegraÔ tem esse direito, não existem limitações. A gente vai experimentar porque faz parte da nossa cultura”, acrescenta a coreógrafa.

Sem sair do universo de uma cultura de legítima influência negra, o processo criativo de Yuriê nas danças urbanas também conta com uma mistura de linguagens. Ela explica que cada ritmo tem sua marcação, suas bases de movimento, mas, quando cria, costuma partir de um ponto de vista pessoal, que inclui até seu histórico com a capoeira. Influências de berimbau, atabaques, batuques, batimentos cardíacos, traços gays extraídos de revista de top model, tudo isso já foi elemento de criação para a artista.




O Dança na Roda é um evento gratuito, promovido pelo Portal Dança no ES, que pretende reunir público e artistas locais para compartilharem suas experiências criativas. As rodas acontecem no foyer do Teatro Carlos Gomes, das 15h às 18h, e é aberta a todos interessados pelo tema. Até a próxima!





segunda-feira, 18 de abril de 2016

2º Dança na Roda dia 23 de abril

A próxima roda de conversa sobre processos de criação em dança acontecerá no sábado, dia 23 de abril, com as artistas convidadas Giovana Gonzaga e Yuriê Perazzini.

Giovana Gonzaga é coreógrafa e diretora da Cia Negraô, na qual já atuou como bailarina, tendo realizado os espetáculos Intensidades Pedem Passagem, O Congado, Negro de Todas as Cores, Furdúncio, Dois em Dança, Ritumba e Farra. Atua como coreógrafa convidada em diversos trabalhos e também se dedica à coreografar escolas de samba do ES. Foi diretora da Cia de Dança Alfazema e também atua como educadora.

Yuriê Perazzini é percursora e divulgadora da cultura Hip Hop e Flash Mob no ES. Fundadora do coletivo UDES, onde atua dançando, produzindo eventos e pesquisando a história das danças urbanas. Capoeirista e pesquisadora de danças folclóricas, populares e acadêmicas nacionais e internacionais: danças jamaicanas e africanas. Atua como educadora de dança em programas sociais.



quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Oficina de Dança e Consciência Corporal com Yuriê Perazzini



O Centro de Referência da Juventude oferece gratuitamente a oficina Dança e Consciência Corporal, ministrada pela bailarina, coreógrafa e educadora física Yuriê Perazzini.
As aulas são direcionadas para jovens de 14 a 29 anos, moradores de Vitória.
As inscrições vão até o dia 07 de agosto.





SERVIÇO
Oficina de Dança e Consciência Corporal - com Yuriê Perazzini
No Centro de Referência da Juventude - CRJ (Av. Vitória, 1320, Ilha de Santa Maria, Vitória, ES)
Informações: 31324042



quarta-feira, 15 de abril de 2015

Encontro de Danças Urbanas

Acontece todo 3º sábado do mês o Encontro de Danças Urbanas na Praça dos Namorados.
A ação é organizada pela UDES - União dos Dançarinos do Espírito Santo, que visa promover eventos de danças urbanas no estado.
O próximo acontecerá no dia 18 de abril.



SERVIÇO:
Encontro de Danças Urbanas
18 de abril
19h
Na Praça dos Namorados, em frente ao Bob´s.  Praia do Canto, Vitória, ES.
Gratuito

Informações: https://www.facebook.com/encontrodedancasurbanas


quinta-feira, 2 de abril de 2015

Oficina Intervenção Urbana - Sesc Glória

Estão abertas até o dia 06 de abril as inscrições para a oficina Intervenção Urbana que será ministrada pelas artistas Debora Schulz, Deia Carpanedo e Yuriê Perazzini no Centro Cultural Sesc Glória.

A oficina terá a carga horária de 20h, divididas em: 8h para a Modalidade “O espaço gerador de impulso criativo”; 6h assuntos referentes a Modalidade “Circense” e 6h para assuntos referentes à Modalidade “Danças Urbanas”.

A proposta para esta oficina é a inter-relação entre três modalidades de intervenção urbana: Expressividade performática, Danças urbanas e Arte popular do circo. Modalidades que se complementam e se propõem a dialogar com a arquitetura significativa do Centro de Vitória, tendo como referência a região frontal ao Centro Cultural Sesc Glória, explorando escadarias, a praça e calçadas como espaço físico da ação.

Serviço:
Oficina: INTERVENÇÃO URBANA
por Debora Schulz | Déia Carpanedo | Yuriê Perazzini
no Centro Cultural Sesc Glória_Sala de dança
Em 10/04 das 18 às 22h e dias 11 e 12/04 das 09 às 18h
Valores: R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 comerciários, pago na primeira aula.

Público-alvo: Atores, dançarinos, estudantes de artes cênicas e interessados a partir dos 15 anos.